HÁ 22 ANOS FESTIVAL TANABATA RESGATA CULTURA JAPONESA
Nos dias 3, 4 e 5 de julho, o Morro do São Bento se transformará num pedacinho do Japão, mais especificamente em Sendai, capital da província de Miyagui. É nesta cidade que acontece uma das mais belas e mais significativas manifestações do folclore oriental: o Festival Tanabata.
A festa é realizada em Ribeirão Preto desde 1993 e tem como principal objetivo resgatar e promover a cultura japonesa, considerada pelos descendentes orientais exemplo em relação à educação e ao respeito aos idosos.
O festival Tanabata chegou ao Brasil no início da década de 1990, em São Paulo. Naquela época, representantes da Associação Cultural Japonesa de Ribeirão Preto estiveram na capital paulista e resolveram trazer a ideia da festa para o interior.
“Aqui ninguém conhecia a cultura japonesa. Mas havia muitos japoneses e descendentes que viviam na região de Guatapará. A partir de 1908, chegaram muitas levas de imigrantes ao Brasil”, diz Teruo Abe, presidente do Tanabata.
As duas primeiras edições da festa foram realizadas em frente ao Theatro Pedro II. Com o aumento do público, o festival passou a ser realizado no Morro do São Bento.
“Começamos pequenininhos. Ninguém conhecia comida japonesa. Na época, havia apenas um restaurante japonês em Ribeirão. Hoje, são mais de 40. Na festa deste ano, teremos 45 expositores de artesanato e 25 barracas de comida, todas relacionadas à cultura japonesa”, conta Teruo.
Além das comidas típicas e artesanato, o festival terá música, dança, cosplay, artes marciais, exposições e diversas oficinas. A novidade para esta 22ª edição é um segundo palco, o espaço Seinen Kai, que será montado na Praça Alto do São Bento. A ideia é mesclar a cultura tradicional à cultura pop japonesa.
O público esperado para este ano é de 70 mil pessoas nos três dias de festa. A renda obtida com a venda de yakissobas será doada à entidade Vovó Meca.
Cultura oriental valoriza educação e respeito
“A cultura japonesa tem muito a ensinar, principalmente em relação à educação e ao respeito aos mais velhos”, afirma Teruo Abe, presidente do Festival Tanabata e diretor da Associação Nipo Brasileira de Ribeirão Preto.
Teruo é um sansei, ou seja, neto de japoneses que nasceu no Brasil. “Meus avós vieram no quarto navio que saiu do Japão para o Brasil em 1913. Chegaram a Santos e foram para a região de Lins”, conta. Mesmo pertencendo à terceira geração, Teruo sempre lutou para manter viva a cultura oriental em seu meio.
“Casei com uma filha de japoneses e a família dela seguia mais a tradição do que a minha. Foi aí que comecei a participar da Associação Nipo Brasileira, onde há 40 anos estou na diretoria”.
Segundo Teruo, preservar a tradição japonesa é não deixar que uma cultura riquíssima se perca.
“Luto para manter essa história. O respeito pelos mais velhos está se perdendo. Quero ver quem vai segurar o rojão de manter essa tradição. Acho que daqui a 20 anos será difícil”.
Há mais de quatro mil anos, segundo uma lenda chinesa adaptada pelos japoneses há 1.300 anos, a princesa Orihime e seu amado príncipe Kengyu, ao se conhecerem, dedicaram-se apenas ao amor e abandonaram suas obrigações.
Por causa disso, foram castigados pelos deuses, sendo transformados em estrelas e separados em extremos opostos da Via Láctea.
Para aliviar a dor dos apaixonados, foi concedido a eles um único dia do ano, em julho, para se encontrarem.
Para comemorar esse encontro, as ruas do Morro do São Bento são decoradas com enfeites que imitam estrelas (kussudamas) presos em galhos de bambu, formando túneis.
Tiras de papéis coloridos (tanzaku) são pendurados no bambu e os visitantes da festa podem escrever seus desejos nos papéis.
Em retribuição ao carinho dos visitantes, Vega e Altair (as estrelas) atendem os pedidos que chegam até eles, pela fumaça dos papéis queimados, na manhã seguinte ao término do festival.
A lenda diz que todos os desejos são atendidos no momento mágico do encontro entre Orihime e Kengyu.
(Jornal a Cidade)
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